Enxugar os custos na imobiliária ou acelerar?
Enxugar os custos na imobiliária ou acelerar?
Crise, compradores com medo, desemprego… você não tem controle sobre nada disso. Se não há como tomar atitudes, tire da mesa.
Na sua imobiliária, você tem que conversar sobre o que pode ser feito para agir. É hora de sair da defesa e partir para o ataque, transformando custos não estratégicos em investimentos que gerem resultados. É hora de enxugar e acelerar, de ajustar o foco e colocar seus colaboradores na mesma direção.
Não encontramos placas no mercado imobiliário nos indicando o melhor caminho a seguir. Hoje, as fórmulas tradicionais e as antigas receitas para o sucesso já não funcionam mais.
Seja bem-vindo a um novo mundo de incertezas e de apostas. Nesse tipo de ambiente complexo, ninguém sabe antecipadamente qual a variável que, quando implementada, vai dar certo. Vencerá o mais veloz , vencerá quem pratica com risco baixo o processo de tentativa e erro.
Aprender como fazer: isso é o que pode definir o seu sucesso.
As imobiliárias acreditam que sabem cortar custos, mas não sabem. Muitas imobiliárias não sabem a diferença entre custos estratégicos e não estratégicos. Mas qual a importância disso? Diminuir ao máximo os custos não estratégicos para assim poder investir mais do que os concorrentes na estratégia.
É preciso enxergar além e tomar atitudes imediatas e voltadas ao acerto para que sua imobiliária possa enfrentar 2016 com mais clareza e assertividade nas estratégias de crescimento de mercado.
Abaixo, sugiro que você leia a fábula dos porcos assados. Ela retrata os problemas mais comuns no planejamento de uma imobiliária.
Precisamos perceber e interferir assertivamente nas variáveis que compõem um planejamento estratégico de uma imobiliária: missão, valores, visão, diretrizes, metas de vendas, metas de locação, ameaças, oportunidades, forças e fraquezas. Por isso, vale a pena ler o texto abaixo e fazer uma reflexão sobre a gestão de sua imobiliária.
A FÁBULA DOS PORCOS ASSADOS
(Autor desconhecido)
Após um incêndio num bosque onde havia porcos, os homens, acostumados a comer carne crua, experimentaram e acharam deliciosa a carne assada. Desde então, sempre que desejavam comer porco assado, incendiavam um bosque! Houve problemas, que foram sendo resolvidos com aperfeiçoamentos, criando-se um grande SISTEMA.
Mas as coisas não iam lá muito bem: às vezes os animais ficavam queimados demais, em outras muito crus. O processo preocupava a todos, porque se o SISTEMA falhava, as perdas eram grandes – milhões se alimentavam de carne assada e milhões se ocupavam da tarefa de assá-los.
Portanto o SISTEMA não podia falhar. Mas quanto mais crescia a escala do processo, tanto mais parecia falhar e tanto maiores eram as perdas causadas. Em razão das inúmeras deficiências, aumentavam as queixas. Era clamor geral a necessidade de reformar profundamente o SISTEMA.
Congressos passaram a ser realizados anualmente para encontrar uma solução. Mas não acertavam na melhoria do SISTEMA. As causas do fracasso do SISTEMA, segundo especialistas, eram atribuídas à indisciplina dos porcos, que não ficavam onde deveriam, ou à natureza do fogo, tão difícil de controlar, ou ainda às árvores, excessivamente verdes, ou à umidade da terra, ou ao serviço de informações meteorológicas, que não acertava no lugar, no momento e na quantidade das chuvas…
Como se vê as causas eram difíceis de determinar; na verdade, o sistema para assar porcos era complexo. Montou-se uma grande estrutura: maquinaria diversificada, indivíduos dedicados exclusivamente a acender o fogo – incendiários – que eram também especializados: incendiários da Zona Norte, da Zona Oeste, etc., noturnos e diurnos, com especialização em matutino e vespertino, de verão, de inverno, etc.
Havia especialistas também em ventos – os anemotécnicos. Havia um Diretor Geral de Assamento e Alimentação Assada (DGAAA), um Diretor de Técnicas Ígneas (DTI, com o seu Conselho Geral de Assessores), um Administrador Geral de Reflorestamento (AGR), uma Comissão Nacional de Formação Profissional em Porcologia (CNFPP), um Instituto Superior de Cultura e Técnicas Alimentícias (ISCUTA) e o Bureau Orientador da Reforma Ígneo-Operativa (BORI).
Encontrava-se em plena atividade a formação de bosques e selvas, de acordo com as mais recentes técnicas de implantação, utilizando-se regiões de baixa umidade e onde os ventos não soprariam mais do que três horas seguidas. Milhões de pessoas trabalhavam na preparação dos bosques, que depois seriam incendiados.
Especialistas estrangeiros estudavam a importação das melhores árvores e sementes, fogo mais potente, etc. Havia grandes instalações para manter os porcos antes do incêndio, além de mecanismos para deixá-los sair apenas no momento oportuno. Formaram-se professores especializados na construção destas instalações.
Pesquisadores trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações; fundações apoiavam os pesquisadores que trabalhavam para as universidades que preparavam os professores especializados na construção das instalações, etc.
As soluções que os congressos sugeriam eram, por exemplo, aplicar o fogo de forma triangular, depois de atingida determinada velocidade do vento, soltar os porcos 15 minutos antes que a temperatura média da floresta atingisse 47 graus, posicionar ventiladores gigantes em direção oposta à do vento, de forma a direcionar o fogo, etc.
Poucos especialistas estavam de acordo entre si; cada um baseava as suas idéias em dados e pesquisas específicos. Um dia, um incendiário categoria AB/SODM-VCH (Acendedor de Bosques especializado em Sudoeste Diurno, Matutino, com bacharelato em Verão Chuvoso), chamado João Bom-Senso, pensou e disse que o problema era muito fácil de ser resolvido – bastava matar o porco escolhido, limpar e cortar adequadamente o animal, colocando-o então sobre uma armação metálica sobre brasas, até que o efeito do calor – e não as chamas – assasse a carne.
Informado sobre as idéias do funcionário, o DGAAA mandou chamá-lo ao seu gabinete e depois de ouvi-lo pacientemente, disse:
– Tudo o que o senhor disse está muito bem, mas, na prática, não funciona.
O que faria o senhor, por exemplo, com os anemotécnicos, caso viéssemos a aplicar sua teoria?
Onde seria empregado todo o conhecimento dos acendedores de diversas especialidades?
– Não sei – disse João.
– E os especialistas em sementes?
Em árvores importadas?
E os projetistas de instalações para porcos, com as suas novas máquinas purificadoras automáticas de ar?
– Não sei.
– E os anemotécnicos que levaram anos especializando-se no estrangeiro, e cuja formação custou tanto dinheiro ao país?
Vou mandá-los limpar porquinhos?
E os conferencistas e estudiosos, que ano após ano têm trabalhado no Programa de Reforma e Melhoramentos?
Que lhes faço, se a sua solução resolver tudo?
Hein?
– Não sei – repetiu João, encabulado.
– O senhor percebe agora que a sua idéia não vem ao encontro daquilo de que necessitamos?
Não vê que, se tudo fosse tão simples, os nossos especialistas já teriam encontrado a solução muito tempo atrás?
Com certeza compreende que eu não posso simplesmente convocar os anemotécnicos e dizer-lhes que tudo se resume a utilizar brasinhas … sem chamas!
O que espera que eu faça aos quilômetros e quilômetros de bosques já preparados, cujas árvores são tão especializadas que não dão frutos nem têm folhas para dar sombra?
Vamos, diga-me.
– Não sei não, senhor.
– Diga-me, em relação aos nossos três engenheiros em Suino-Piro-Tecnia, o senhor não considera que sejam personalidades científicas do mais extraordinário valor?
– Sim, parece que sim. – Pois então?! O simples fato de possuirmos valiosos engenheiros em Suino-Piro-Tecnia indica que o nosso sistema é muito bom.
O que faria eu com indivíduos tão importantes para o país?
– Não sei.
– Percebeu?
O senhor tem é que trazer soluções para certos problemas específicos – por exemplo: como melhorar as anemotécnicas atualmente utilizadas, como obter mais rapidamente acendedores de Oeste (a nossa maior carência), como construir instalações para porcos com mais de sete andares.
Temos que melhorar o SISTEMA, e não transformá-lo radicalmente, entende?
Ao senhor, falta-lhe sensatez! – Realmente … eu estou perplexo! – respondeu o João.
– Bem, agora que o senhor conhece as dimensões do problema, não ande por aí dizendo que pode resolver tudo.
O problema é bem mais sério e complexo do que imagina.
Agora, aqui entre nós: devo recomendar-lhe que não insista nessa sua ideia.
Isso poderia trazer-lhe graves problemas a si e ao seu cargo.
Não por mim … o senhor entende.
Eu digo isto para o seu próprio bem, porque eu o compreendo, entendo perfeitamente o seu posicionamento, mas o senhor bem sabe que pode apanhar outro superior menos compreensivo, não é assim?
João Bom-Senso, coitado, não disse nem mais um “a”, sobre o assunto.
Sem se despedir, meio atordoado, meio assustado, com a sensação de estar caminhando de cabeça para baixo, saiu de fininho e nunca mais ninguém o viu.
Autor desconhecido
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